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Oficinas de arte em barro fortalecem sentimento de pertencimento a territórios quilombolas

“Eu pensei que já havia me aposentado do trabalho com peças em barro, mas esta oficina me ajudou a compreender que tenho muito a contribuir nesta missão!”, foram as palavras de Gilvaneide Ferreira Silva dos Santos no encerramento da oficina de arte em barro, no quilombo do Talhado, que ocorreu entre os dias 27 de janeiro a 03 do corrente ano.

“Resistência é a palavra que melhor define as famílias que ainda resistem neste solo sagrado”, exclamou Marinalva Santos, presidente da Associação do Quilombo do Talhado. Mesmo enfrentando dificuldades, as famílias que continuam residindo no Talhado expressam a força de manter viva a tradição plantada pelo casal José Bento e Mãe Cecília, em meados do ano de 1860.

Há 26 quilômetros da cidade de Santa Luzia, numa altitude de aproximadamente 700 metros, ao chegar no Talhado observa-se a misticidade deste lugar, considerando que se abre como um mirante ao Sabugi paraibano e ao Seridó norte-rio-grandense.

Cada peça de barro, nas palavras de Gilvaneide, “é um resgate da nossa história”. E mais: “é autoafirmação!”. “É impressionante a diversidade de barro que há neste lugar”, foi o que afirmou Dona Maria José, da Associação das Louceiras de Matureia, que ministrou as oficinas de arte em barro no quilombo de Areias de Verão e Sussuarana, em Livramento, e na Serra do Talhado, em Santa Luzia.

Estas oficinas ocorrem no contexto de uma ação emergencial, que nasce com o desafio de ser uma ação piloto, proposta pela rede Cáritas, com apoio da Adveniat. A Ação Social Diocesana de Patos se desafiou apresentando um projeto para uma ação emergencial, tendo por base os seguintes cursos: arte em barro, trancista, violão, grafite. A apresentação do projeto contou com o apoio do bispo diocesano Dom Eraldo Bispo da Silva.

Irenaldo Pereira de Araújo, coordenador pedagógico na Ação Social Diocesana de Patos, destaca que, por se tratar de uma ação emergencial, as famílias envolvidas nestes cursos, além do apoio didático-pedagógico, recebem uma cesta, com quase trinta quilos, de gêneros alimentícios, oriundos da agricultura familiar, material de limpeza e higiene pessoal. Este material é ofertado como uma bolsa a quem tem participado destes momentos formativos.

"Quero externar o sentimento de gratidão a Neilda Pereira, Secretária da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2, e a Nobert Bolte, responsável pelo Brasil, na Adveniat, por oportunizar esta ação piloto", foram as palavras do Monsenhor João Saturnino de Oliveira, presidente da Ação Social Diocesana de Patos.

"É muito gratificante perceber o sentimento de gratidão por parte do público beneficiário, a partir do sorriso no rosto", foi o que externou Lielma Xavier, presidente do Centro Semear. A realização das oficinas conta com o apoio direito da equipe do PROPAC, bem como com a parceria do Centro Semear.

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